| Foto: Andre Costa. |
Material genético encontrado em
evidências localizadas no local onde o prefeito de Nova Olinda Francisco
Ronaldo Sampaio (PDT) foi achado morto poderão ajudar a Polícia a entender a
causa da morte do gestor. Os vestígios de sangue e pelos foram percebidos no
cinto que estava em volta do pescoço do homem. Os materiais foram encaminhados
para a Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce). A morte está sendo
investigada e é tratada pela Polícia como suicídio, mas os investigadores não
descartam outras hipóteses.
Para a manhã de hoje,
estão marcados dois depoimentos na Delegacia Regional do Crato, que apura a
morte. O primeiro, será da principal testemunha do caso, a chefe de gabinete
Maria da Conceição, que estava com Sampaio antes dele ser encontrado morto. O
outro, de um familiar do prefeito.
Francisco Ronaldo Sampaio foi
encontrado morto na tarde da última quarta-feira (27) na Floresta Nacional do
Araripe (Flona). No fim da tarde de ontem, o corpo do prefeito foi sepultado na
cidade onde o gestor nasceu, Antonina do Norte, distante aproximadamente 473Km
da Capital. O velório teve início ainda na noite de quarta-feira, em Nova
Olinda. O corpo foi levado no começo da madrugada de quinta-feira para a outra
cidade, onde foi sepultado após velório que durou todo o dia.
Mandado de prisão
Contra Ronaldo havia um mandado
de prisão em aberto, de acordo com o Ministério Público do Estado do Ceará
(MPCE). Investigado por supostas ações irregulares como a contratação da
namorada como funcionária fantasma, além de contratos superfaturados de compra
de itens. Segundo o MP, o prefeito estaria "atrapalhando as
investigações", fato este que motivou o pedido de prisão.
O promotor de Justiça da Comarca
de Nova Olinda, Daniel Lira, explicou que com o início das investigações de
irregularidades na Prefeitura, novas informações surgiram, que levaram o MP a
entrar com pedido de prisão contra o prefeito. "A partir de trabalhos do
Judiciário, MPCE e Câmara Municipal, começaram a ser levantadas situações de
improbidade e crimes na administração pública. A partir disso, surgiram
denunciantes. Tudo foi capitalizado em um procedimento de investigação,
resultando em ações contra o gestor. Havia mandado de prisão contra ele, no
Tribunal de Justiça (TJCE), a pedido da Procuradoria de Justiça", disse.
Conforme Lira, o volume de
informações obtidas pelos investigadores aumentou com o afastamento de Ronaldo
Sampaio das funções à frente da Prefeitura. O gestor obteve, através de
liminares da Justiça, o direito a retornar ao cargo.
"Havia licitações de compra
de pneus nunca entregues, contas pessoais do prefeito pagas pela administração
pública, licitações irregulares e fraudulentas. Isso criou um clima de pressão
política muito forte. O processo se agigantou e hoje (ontem) o prefeito deveria
ser ouvido na Câmara dos Vereadores, mas em razão da fatalidade o processo se
abreviou", apontou.
Mais suspeitos
Os trabalhos que investigam as
supostas ações criminosas ocorrendo na administração de Nova Olinda, contudo,
seguirão, de acordo com o promotor de Justiça Daniel Lira.
"Outras pessoas envolvidas
no suposto esquema ainda permanecem investigadas. Temos ações de improbidade e
ação criminal no TJCE, com pedido de prisão, por ele estar atrapalhando as
investigações. O pedido foi encaminhado pela Procuradoria de Justiça dos Crimes
contra a Administração Pública (Procap) de Fortaleza há uns dois meses, em data
anterior à denúncia do procurador-geral do Município", explicou Lira.
Diário do Nordeste.
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